sábado, 29 de outubro de 2011

THEOI OLYMPIOI

Na mitologia grega, os "Doze Deuses Olímpicos", também conhecidos como o Dodekátheon (em grego: Δωδεκάθεον, de δώδεκα, "doze", e θεοί, "deuses"), eram os principais deuses do panteão grego, residentes no topo do Monte Olýmpous.
Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristal, construído no topo do monte Olýmpous, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrósia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da líra de Apollôn, do canto das Mousai e da dança das Khárites. Apesar de nunca haver se acabado por completo, e tendo permanecido oculto na maior parte da Grécia devido à perseguição político-religiosa que sofreu, o culto dos deuses olímpicos tem sido restaurado de forma mais explícita na Grécia desde os anos 90, através do movimento religioso conhecido como Dodecateísmo.
A primeira referência antiga a cerimônias religiosas em sua honra encontra-se no Hino homérico dedicado a Hermes. A composição clássica dos Doze Deuses Olímpicos inclui os seguintes deuses: Zeus, Hera, Poseidôn, Athena, Ares, Deméter, Apollôn, Ártemis, Hephaístos, Aphroditê, Hermes e Dionýsos. Os doze deuses romanos correspondentes eram Iuppiter, Iunus, Neptunus, Minerva, Marte, Ceres, Apolo, Diana, Vulcanus, Venus, Mercurius e Bacus. Haides (no panteão romano, Pluton) não era geralmente incluído nesta lista. Não tinha assento no panteão porque passava a maior parte do seu tempo nos Infernos. Também costuma aparecer entre os doze Héstia (entre os romanos, Vesta.) Quando foi dado lugar a Dionýsos, o número total de Olýmpioi passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze.
A composição do grupo dos Doze Olýmpioi, contudo, varia substancialmente entre os autores da antiguidade. Heinrich Wilhelm Stoll considera, mesmo, que a limitação ao número de doze é uma idéia relativamente moderna Cerca de 400 a.C., Heródotos incluía na sua composição do Dodekátheon as seguintes divindades: Zeus, Hera, Poseidôn, Hermes, Athena, Apollôn, Alphaios, Krónos, Rheía e as Khárites. Wilamowitz concorda com a versão de Heródotos.
Heródotos inclui, em Histórias II, 43, Hérakles como um dos Doze. Lucianus de Samosata também inclui Hercules e Esculapius como membros dos Doze, sem, contudo, referir quais os deuses que para eles tiveram de abdicar. Em Kós, Hérakles e Dionýsos juntam-se aos Doze, prescindindo-se de Ares e Hephaístos. Contudo, Pyndaros, Apollodoros, e Heródotos discordam desta versão, sustentando que Hérakles não era um dos Doze Theói, mas aquele que estabeleceu o seu culto.
Platon relacionava os Doze ao número de meses do ano, e propôs que o último mês fosse dedicado aos rituais em honra de Plouton e dos espíritos dos mortos, o que implica que ele mesmo considerasse Haides como sendo um dos Doze. Haides não consta das versões posteriores deste grupo de deuses devido a associações ctônicas óbvias. Em Phedros Platon faz corresponder os doze com o zodíaco e exclui Héstia.
Hebe, Eileithyia, Hélios, Selene, Eôs e Perséphone são também incluídos, por vezes, no grupo. Eros também é por vezes referido ao lado dos Doze, especialmente com a sua mãe, Aphroditê, mas raramente é considerado como um dos Olýmpioi.
Os Doze Olýmpioi obtiveram a sua supremacia no mundo dos deuses, depois de Zeus ter conduzido os seus irmãos, Hera, Poseidôn, Deméter, Haides e Héstia, à vitória na guerra com os Titânes. Ares, Hermes, Hefesto, Aphroditê, Athena, Apollôn, Ártemis, as Khárites, as Hôrai, Hérakles, Dionýsos, Hebe, Eileithyia e Perséphone eram, por sua vez, filhos de Zeus, ainda que algumas versões dos mitos sustentem que Hephaístos era filho apenas de Hera e que Aphroditê era filha de Ouranós.

PRINCIPAIS DEUSES OLÍMPICOS
GREGO
LATINO
APHRODITÊ
VENUS
APOLLÔN
PHOEBOS
ARES
MARTE
ÁRTEMIS
DIANA
ATHENA
MINERVA
DEMÉTER
CERES
DIONÝSOS
LIBER
HEPHAÍSTOS
VULCANUS
HERA
IUNUS
HERMES
MERCURIUS
HÉSTIA
VESTA
ZEUS
IUPPITER

OUTROS DEUSES OLÍMPICOS
GREGO
LATINO
AIGLE
AEGLE
AKESÔ
ACESO
ALEXIARES
ALEXIARES
ANIKETOS
ANICETUS
ASKLEPIOS
AESCULAPIUS
ASTERIA
ASTERIA
ARIADNE
LIBERA
BIA
VIS
KHARITES
GRATIAE
KRATOS
POTESTAS  
DEIMOS
METUS
DESPOINE
DESPOENA
DIKÊ
IUSTITIA
DIÓSKOUROI
GEMINI
EILEITHYIA
LUCINA
EIRENE
PAX
ENIATOS
ENIATUS
ENYÔ
BELLONA
EPIONÊ
EPIONE
ÉRIS
DISCORDIA
ERÔS
CUPIDUS
ERÔTES
CUPIDITAS
EUNOMIA
DISCIPLINA
GANYMEDES
CATAMITUS
HAIDÊS
ORCUS
HARMONIA
CONCORDIA
HEBÊ
IUVENTAS
HEKATE
TRIVIA
HÉRAKLES
HERCULES
HÔRAI
HORAE
HYGEIA
SALUS
HYMENAIOS
HYMEN
IASÔ
IASO
IRIS
IRIS
LETOS
LATONA
LEUKIPPIDES
LEUCIPIS
LITAI
LITAE
MNEMOSYNE
MONETA
MOIRAI
PARCAE
MOUSAI
MUSAE
NIKÊ
VICTORIA
PAION
PAEON
PAN
PHAUNUS
PANAKEIA
PANACEA
PEITHO
SUADA
PRIAPOS
MUTUNUS
POSEIDÔN
NEPTUNUS
PHOBOS
TERROR
PSYKHÊ
PSYCHE
RHEÍA
CIBELE
THÊMIS
THEMIS
THYONE
THYONE
TYKHE
FORTUNA
ZELOS
INVIDIA
CATEGORIAS DOS OLÍMPICOS

Os Theói Olýmpioi", presidiam sobre varias facetas da vida grega na antiguidade e muitas vezes eram agrupados de acordo com suas funções comuns.
THEÓI AGORAIOI, eram os deuses da Ágora (praça pública). Zeus, como o Theós dos reis e príncipes, presidia sobre a assembléia, ao lado de Athena, como Théa do sábio conselho, Dikê (Justiça), Thêmis (Ordem) e Kalliope (eloquência). Os Theói do mercado, por outro lado, eram liderados por Hermes, o Théos do comércio, juntamente com Apollôn, Hephaístos e Athena, os Theói padroeiros dos artesãos, tecelões, oleiros, ferreiros, escultores, etc.
THEÓI DAITIOI, eram os Theói das festas e dos banquetes. Dionýsos, o Théos do vinho, e Héstia, a Théa das festas. Eles eram acompanhados por Theói festivos como, Aphrodite, Théa do prazer, as Kharites, as Theái da dança, da alegria e de outras diversões. Os Theoi Mousikoi, ou deuses da música, também acompanhavam o festejo.
THEÓI GAMELIOI, eram os Theói do casamento. Os primeiros deles eram Zeus, Hera e Aphroditê, mas incluíam outros como, Hymenaios (hino de casamento), Erôs (atração) e os Erôtes (amores), Peithô (Persuasão), as Kharites (graças), Eunomia (boa ordem), Harmonia (harmonia) e Hebe (juventude).
THEÓI GEORGIKOI, eram os Theói da agricultura. A Théa Deméter era sua líder, além de Dionýsos, Theós do vinho, também incluíam outros como, Priapos (virilidade), Enialos (prosperidade), Despoine (fertilidade), Persephone (grãos), Zagreus (caçador), mas na maioria das vezes estes eram deuses Khthónioi e não Olýmpioi. 
THEÓI GYMNASTIKOI, eram os Theói do ginásio, atletismo e dos jogos. Os primeiros deles eram Hermes, Hérakles e os Dióskouroi. Nikê (vitória) e Agon (concurso) eram daimones menores dos Jogos. Erôs, como o deus do companheirismo, também era freqüentemente adorado em ginásios.
THEÓI HALIOI, eram os Theói do mar, comandados pelo rei Poseidôn. Vários dos outros deuses do Olýmpous tinha papéis marítimos menores, incluindo o Apollôn, Ártemis, Aphroditê e os Dióskouroi que presidiam sobre as embarcações, os portos, as viagem segura e a salvação das tempestades. A maioria desta classe de Théoi, no entanto, eram divindades do Olimpo não-marinhas.
THEÓI IATRIKOI, eram os Theói da medicina e da cura. Estes pertenciam ao comando de Apollôn e incluíam seu filho, Asklepios o Théos da medicina, e sua família: Epionê (calmante), Hygeia (boa saúde), Panakeia (curativa), Aigle (radiante), Iasô (cura), Akesô (cicatrização ) e Telesphoros (realizador).
THEÓI KTESIOI, eram os Theói da casa e do lar. Eles eram liderados por Zeus Ktesios (protetor da casa), e Hikesius (pátio da família), juntamente com Héstia, a deusa do fogo. Hekate e Hermes eram também Theói domésticos importante que protegia os portões e as entradas.
THEÓI MANTIKOI, eram os Theói dos oráculos, da adivinhação e da profecia. Estes eram liderados por Apollôn, o Théos dos oráculos e dos profetas, e Zeus, o Théos do destino. Outros Theói oraculares incluíam as Titânides: Phoibê, Thêmis, Dionê e Mnemôsyne. O Théos Hermes presidia certas formas primitivas de adivinhação, incluindo lançamento de pedras, moedas, jogando oráculos e astrologia. Por último Pan e as Nýmphai inspiravam os profetas rústicos.
THEÓI NOMIOI, eram os Theói  dos campos rústicos e das regiões selvagens, também da caça, da pesca e do pastoreio de bovinos e ovinos. Eram liderados pelos Olýmpioi: Ártemis (para a caça), Hermes (para o pastoreio) e Dionýsos (para os campos). O resto dos Theói rústicos não eram em sua maioria divindades do Olýmpous. 
THEÓI MOUSIKOI, eram os Theói  da música, dança, da educação e das artes. Eles eram liderados pelos atletas olímpicos: Apollôn e Ártemis, que presidiam sobre a música e a poesia, sobre os coros e danças dos jovens e das donzelas. Outros importantes Theói musicais incluíam as nove Mousai, Theái da dança, as três Kharites, Theái da graça, e Hemithéoi musicais como, Hymenaios. Dionýsos, Hermes e Aphroditê também eram Theói da música e das artes.
THEÓI POLEMIKOI, eram os Theói  da guerra. Estes eram liderados por Ares e Athena, e incluíam outros Theói, tais como, Enyô (carnificina), Eris (discórdia), Nikê (vitória), Deimos (Terror) e Phobos (Medo), além de inúmeros Daimones. Zeus, como o deus do destino, e Apollôn, como deus do tiro com arco, também tinha funções de guerra.
THEÓI THESMIOI, eram os Theói da lei divina, da ética e da moral. Estes eram liderados por Zeus Nomios (das leis) e Demeter Thesmophoros (portadora da lei). Theói menores neste domínio incluem a Horai (estações), especificamente, Dikê (Justiça), Eunomia (boa ordem) e Eirene (paz), sua mãe Thêmis (ordem) e Apollôn.

ATRIBUTOS DOS DEUSES
Os Theói possuíam diversos atributos particulares e partilhavam alguns em comum, além de possuírem moradias próprias, templos, festivais e mitos distintos, cada divindade possuía uma esfera de poder e governavam sobre uma força da natureza, eram divididos em uma hierarquia, onde os deuses menores eram geralmente servos dos deuses maiores, atuavam de forma direta ou indireta na vida dos homens.
A morada dos Deuses
O Monte Olýmpous (em grego, Ώρος Όλυμπος, Monte Olímpo”) é a mais alta montanha da Grécia, com 2917m de altitude máxima e 2355m de proeminência topográfica. O Monte Olýmpous é uma das mais altas montanhas da Europa, em altitude absoluta da base até o topo. Está situado a 40°5'N 22°21'E, a cerca de 100 km de distância de Salônike, segunda maior cidade da Grécia. Localiza-se próximo do Mar Aigeous, na Thessália.
O seu ponto mais alto é designado Mitikas. O Monte Olýmpous é reconhecido pela sua flora, a qual é muito rica, sobretudo devido à presença de espécies endêmicas.
Qualquer um que queira escalar o Monte Olýmpous começa a partir da cidade de Lithokouros, que acabou também por receber o nome de “Cidade dos Deuses”, devido à sua localização próxima à base.
Olýmpous é um nome popular para montanhas em todo o mundo. Além do Monte Olýmpous na Thessália, há na Grécia mais quatro com esse nome: na Mýsia, na Kilykia, na Arkádia e na Élida. Ainda há um com o mesmo nome e que é o ponto mais alto da ilha de Khypros, um na antiga região da já extinta Phrigia.
Na mitologia grega, o Monte Olýmpous, na Thessália, é a morada dos Doze Grande Theói, os Dodekátheon, os principais deuses do panteão grego, estes deuses habitavam um enorme palácio de cristal, que ficava acima das nuvens. Um portão de ouro, do qual tomavam conta às Hôrai, deusas das estações, abria-se a fim de permitir a passagem dos imortais para a Terra e para dar-lhes entrada no Céu, em seu regresso. Os Theói tinham moradas distintas; todos, porém, quando convocados, compareciam ao palácio do rei do Olýmpous, do mesmo modo que faziam as divindades cuja morada habitual ficava na Terra, nas águas, ou embaixo do mundo.
Era também no grande salão do palácio do rei do Olýmpous que os deuses se regalavam, todos os dias, com ambrósia e néktar, seu alimento e bebida, sendo o néctar servido pela linda deusa Hebe. Ali discutiam os assuntos relativos ao Céu e a Terra; enquanto saboreavam o néctar, Apollôn, Theós da música, deliciava-os com os sons de sua lira, as Mousai cantavam, enquanto as Khárites dançavam. Quando Hélios, o Theós do sol, se punha, os deuses retiravam-se para as suas respectivas moradas, a fim de dormir.
Os gregos acreditavam que a Terra fosse chata e redonda, e que seu país ocupava o centro da Terra, sendo seu ponto central, por sua vez, o Monte Olýmpous. Sabe-se também, na mitologia grega, que, quando Gaia deu origem aos Titânes, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive as do Monte Olýmpous, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre. A etimologia de Olýmpous é desconhecida, mas possui grandes traços de semelhança com a cultura pré-indo-européia.

O céu dos Deuses
Aíther (em grego Αἰθήρ, do verbo αἵθω, “queimar”) era a personificação do "céu superior", o céu sem limites, diferente de Ouranós. Era o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos Theói, contrapondo-se ao ar obscuro, Aêr (em grego ἀήρ, “ar”), que os mortais respiravam, sendo um deus sem forma ou aparência, em conseqüência das moléculas que formam o ar.
É considerado por Hesíodos como um deus protogênos, sendo filho de Érebos e de Nýx, tendo por irmã Hémera. Unido a esta, gerou Gaia, Ouranós e Póntos, além de seres não antropomorfizados como a Tristeza, a Cólera, a Mentira, etc. A lista de Hyginus atribui-lhe também como filhos: Okeanós, Thêmis, Briareos, Gyges, Stérope, Atlas, Hýperion, Saturnus, Ops, Moneta, Dione e as três Phuriae. Cícero lhe atribui paternidade sobre Iuppiter e Coelum. Segundo Aristóphanes foi também o pai, por si mesmo, das Nýmphai das nuvens, as Néphelai.
Assim como Érebos, que personifica as trevas inferiores, tem como seu correspondente o Tártaros, pode ser interpretado que Aíther tem seu correspondente em Ouranós, ou seja, Aíther estaria entre Ouranós e Aêr. Por personificar o céu superior, considera-se sua camada mais pura que aquela próxima da terra. Entretanto, Aíther é luz que queima ao iluminar.
O Aíther era a alma do mundo e toda a vida emanava dele. Nýx arrastava as escuras névoas de Érebos pelos céus levando a noite ao mundo ocultando o Aíther, enquanto Hémera as dispersava trazendo o dia e o revelando novamente.
O Aíther era conhecido também como o muro defensivo de Zeus, a barreira que encerrava o Tártaros fora do Kósmos.
O caminho dos Deuses
A Galaxías ou Kýklos Galaktikos (em grego Γαλαξίας ou Κύκλος Γαλακτικος, “leite” ou “Círculo Leitoso”) era um imenso caminho situado acima de Ouranós, no brilhante Aíther, que era rodeado por imensos palácios, a sua esquerda e a sua direita, os Theói o atravessavam todos os dias e noites para se apresentar ao palácio de Zeus, além das Astrai e do Zodíakos, os deuses siderais, Eôs, a Aurora, Hélios, o Sol, e Selene, a Lua também o atravessavam.
Na mitologia grega, Zeus colocou seu filho concebido com uma mortal, o pequeno Hérakles, no seio de Hera enquanto ela dormia, para que, bebendo o leite divino, o garoto se tornasse imortal. Hera acordou enquanto amamentava e notou que estava alimentando um bebê desconhecido: a deusa empurrou o bebê e um jato de seu leite se espalhou pelo céu noturno, produzindo a faixa apagada de luz conhecida como Via Láctea.
Alimento dos Deuses
O Néktar e a Ambrósia (em grego, νέκταρ, “perfume”, e ἀμβροσία, “imortal”), eram os manjares dos deuses, a Ambrósia era seu alimento, enquanto que o Néktar era sua bebida, ambos possuíam uma deliciosa fragrância e poderiam ser usados como perfume, também lhe eram atribuídos propriedades milagrosas, eram servidos pela linda deusa Hebe, que mais tarde, passou seu posto ao Hemithéos Ganýmedes.
O Néktar era descrito com cor avermelhada, Como o vinho dos mortais, era misturado com água para ser bebido, e o vinho que Odýsseus havia levado com ele foi chamado por Polýphemos “creme de néktar” (ἀποῤῥὼξ νέκταρος, Odýsseia, IX. 359). Também era considerado um bálsamo aromático que prevenia a decomposição dos corpos orgânicos, pois Thetis evitava que o corpo de Akhilleus se corrompesse ungindo-o com Ambrósia e Néktar (Ilíada, XIX.39).
A Ambrósia era um doce com divino sabor tão poderoso que se um mortal a comesse ganharia a imortalidade. Conta-se que, quando os deuses a ofereciam a algum mortal, este, ao experimentá-la, sentia uma sensação de extrema felicidade. Conforme a mitologia grega, esse manjar era tão poderoso a ponto de ressuscitar os mortos, bastava apenas que alguém pusesse em sua boca. Segundo alguns mitos, se semideuses consumissem exageradamente explodiriam em chamas.
Tanto o Néktar como a Ambrósia eram tipos de mel, em cujo caso seu poder de conferir a imortalidade seria devido ao suposto poder curativo e limpador do mel, e porque o mel fermentado (hidromel) precedeu ao vinho como enteogênio no mundo egeu: a Grande Deusa de Krete em alguns selos minóicos tinha rosto de abelha.
Segundo Pyndaros, uma das impiedades de Tântalos foi roubar a Ambrósia dos imortais e oferecer a seus convidados. Kirke mencionou a  Odýsseus que um bando de pombas levava a Ambrósia ao Olýmpous.
A palavra Ambrósia foi dada a certos festivais em honra de Dionýsos, provavelmente pela predominância dos banquetes relacionados com ela.
O vestuário divino




As túnicas e outras peças dos vestuários das deusas eram tecidas por Athena e pelas Khárites. O traje ordinário na Grécia antiga constava de duas peças:
§   A inferior, o khiton, era uma túnica, comum, sem mangas que chegava até os joelhos e se prendia pela cintura.
§   A superior, o himation, consistia em uma espécie de manto retangular que caia sobre o ombro esquerdo e se recolhia pelo lado oposto, deixando ordinariamente livre em seus movimentos o braço desta parte; e quando se ia viajar ou para a guerra se mudava o himation pela klâmide.
§   A capa de viagem klâmide,  capa retangular em três de seus lados e um tanto circular na parte que rodeava o pescoço, mais curta que o manto e abotoada com fíbula sobre o ombro direito.
A túnica ou khiton sofreu muitas variações sendo uma delas o exomis, próprio de obreiros ou escravos que deixava descoberto o ombro direito com todo o braço. Assim mesmo, a túnica longa, própria de nobres, de filósofos e de mulheres e o diploide ou duplo khiton, formado por uma túnica larguíssima que se redobrava até a cintura.
Ditas peças eram feitas de linho, de  ou de bisso e mais adiante de seda e se adornavam com franjas a modo de galões e com outros bordados, sempre com sobriedade e bom gosto, dando preferência às cores branco e verde.
Geralmente os gregos andavam com a cabeça descoberta, mas quando era necessário resguardá-la da intempérie, levavam o pyleos, gorro semiovóide de pele ou a mitra a modo de turbante oriental ou o pétasos que era um sombreiro de feltro e com asas. Para calçado (que ordinariamente, não se usava dentro de casa) se serviam da krépida, espécie de sandália ou da karbatina semelhante a abarca dos povos montanheses, ou bem do koturnos, parecido a um coturno o qual servia especialmente para os atores da tragédia, dando-lhe então grande altura com uma sola de madeira muito grossa. As mulheres gregas usavam longa túnica às vezes em forma de diploide e sobre ela, o himation ou peplo; esta última peça, ampla e de forma retangular, se levava umas vezes a modo de túnica cingida e outras como manto, considerando-se sempre como a túnica superior de Minerva. Cobriam-se a cabeça com um véu chamado kalyptra, quando não levavam o manto de modo que baixa-se sobre ela.
Os soldados gregos podiam levar uma larguita túnica que terminava em pregas simétricas e sobre ela, uma couraça para o tronco, formada por tiras de couro com peças metálicas ou somente por duas peças, petos e espaldar, que cobriam o peito e as costas e se uniam com tiras metálicas ou correias sobre os ombros enquanto que a parte dianteira das pernas se defendia com as knémides ou caneleiras. Para resguardo da cabeça usavam o casco de variadas formas, alcançando maior perfeição o beócio, composto de viseira e apêndice nasal por diante, cobre nuca por detrás e jugulares ou apêndices para defender o pescoço pelos lados.
O sangue divino
Na mitologia grega, o Ikhor (em grego ἰχώρ, “sangue divino”) era o mineral presente no rarefeito e incolor sangue dos deuses, ou o próprio sangue. Esta substância mítica, do qual se dizia às vezes que também estava presente na Ambrósia ou no Néktar que os deuses comiam e bebiam em seus banquetes, era o que os tornava imortais. Quando um deus era ferido e sangrava, o Ikhor tornava seu sangue venenoso para os mortais, matando imediatamente a todos os que entravam em contato com ele.
Homeros descreve na Ilíada (V.339–342) da seguinte maneira o momento no qual Aphroditê foi ferida por Diomedes:
Brotou o sangue divino, ou por melhor dizer,
o Ikhór; que tal é o que tem os bem-aventurados deuses,
pois não comem pão nem bebem vinho negro,
e por isto não tem sangue e são chamados imortais.

O metal divino
O Adámanthos (em grego ἀδάμαστος, "indomável", "indestrutível"), é um mineral mitológico, que possuía a qualidade de ser indestrutível, inflexível e imodificável após ser derretido e solidificado, somente encontrado muito abaixo das profundezas da terra nas regiões do Tártaros, por isso possuía uma cor negra e de brilho fantasmagórico, geralmente usado como material para a criação das terríveis armas dos Theói, que embora fossem imortais, poderiam ser feridos por outros deuses com esse metal, a própria arma de Krónos representa esse temor.
Era usado somente por Hephaístos, o ferreiro dos deuses, que possuía uma forja no monte Aitna na ilha de Lemnos, auxiliado pelos gigantescos Kýklopes. Eram feitas de Adámanthos, por exemplo:
§ A corrente que prendia Kerberos, o cão de guarda do Haides, segundo Ovidius.
§ O portal e os pilares do Tártaros que "nem os filhos de Ouranós poderiam arrancar em guerra", segundo Virgilius.
§ O elmo de Hérakles, segundo Hesíodos.
§ A foice dada por Gaia a Krónos para castrar Ouranós, segundo o Pseudo-Apollodoros.
§ Um trono presenteado por Hephaístos à sua mãe Hera, armadilha com que ele queria vingar-se por ela tê-lo lançado do Olýmpous, segundo Hyginos. Ela ficou presa em seu trono e Hephaístos só concordou em libertá-la depois que Aphroditê lhe foi oferecida como esposa o que mostra que nem Zeus podia romper tais cadeias.
§ A biga feita por Hephaístos para seus filhos, os Kabeiroi, segundo Nonnus.
§ O carro dirigido por Hélios para levar luz aos deuses e aos homens, segundo Ovidius.
§ A rede invisível com que Hephaístos aprisionou Aphroditê e Ares um ao outro para puni-los pelo adultério, segundo o Pseudo-Hyginus.
§ As cadeias com que Prometheus foi acorrentado ao Káukasos, segundo Aískhilos.
§ A espada de Zelos, o deus da inveja, segundo Opianos.
§ A harpe dada por Hermes a Perseus para decapitar a Medousa.
Hephaístos era o arquiteto, o ferreiro, o armeiro, o construtor de carros e o artista de todas as obras do Olýmpous. Construía com metais nobres e pedras preciosas as moradas dos Theói; fazia os sapatos de ouro com que os imortais caminhavam sobre o ar ou sobre a água, ou se moviam de um lugar para o outro, com a velocidade do vento, ou mesmo do pensamento. Também fazia com bronze os Hippos Athanatoi, cavalos celestiais, que puxavam os carros dos deuses pelo ar, ou ao longo da superfície do mar. Tinha o poder de dar movimento próprio as suas obras, de sorte que os trípodes, carros e mesas, podiam mover-se sozinhos para entrar e sair do palácio celestial. Chegava a dotar de inteligência as Kores Khrysoi, servas de ouro, que fazia para cuidar dele próprio.

CLASSIFICAÇÃO DOS DEUSES
Na mitologia grega, os Deuses e Deusas do panteão grego (em grego, masculino – singular: Θεός, “deus”, e plural: Θεόι, “deuses”; ou feminino – singular: Θεά, “deusa”, e plural: Θεάι, “deusas”) poderiam ser divididos em nove classes distintas, segundo sua esfera de poder, seus atributos ou sua hierarquia, sendo que algumas divindades poderiam aparecer em mais de uma dessas classes, eram geralmente ligados aos elementos presentes na natureza ou na vida dos homens.
PRÔTOGENOI
Gaea, goddess of the earth | Greek vase, Athenian red figure kylix
A primeira classe é a dos Prôtogenoi (em grego, singular: Πρωτογενος, “nascido primeiro”, ou plural: Πρωτογενοι, “nascidos primeiro”), são as divindades primordiais, que surgiram no momento da criação, e cujas formas constituem a estrutura básica do universo. Eram seres primitivos cuja aparência formava o próprio tecido do universo, como a Terra, o Mar, as Montanhas, o Céu, a Noite, o Dia, etc. embora fossem divindades eram puramente elementais na forma. No entanto, elas assumiam por vezes formas antropomórficas, mas ainda assim inseparáveis de seus elementos naturais. Gaia, por exemplo, podia manifestar-se como uma matrona, meio elevada da terra.
Os antigos gregos dispunham de varias theogonias diferentes, e ainda que estas apresentem personagens comuns, é complicado elaborar uma lista única de divindades primordiais para a mitologia grega, pois ditas deidades, assim como o papel de cada uma delas, varia de uma fonte a outra.
DAÍMONES
Poene, winged goddess of retirbution | Greek vase, Lucanian red figure calyx krater
A segunda classe é a dos Daímones (em grego, singular: Δαίμων, “Espírito”, e plural: Δαίμονες, “Espíritos”), são divindades menores que afetam o corpo, a mente e o coração dos deuses e dos homens. Os Daímones eram divididos em classes específicas, sendo que os primeiros representavam a condição humana, as personificações de diversos estados de existência, emoções, ações, moral e ética. Esses Daímones morais eram divididos em Agathos (bom) ou Kakos (mau), geralmente atuavam como mensageiros e intermediadores entre os Theói e os homens. Nas primeiras Eras do homem, as Idades de Ouro e Prata, os mortais bem-aventurados se transformavam em Daímones após a morte, por sua vida justa e correta, e atuavam como protetores dos homens.
NÝMPHAI
Satyr & Maenad nymph | Greek vase, Athenian red figure kylix
A terceira classe é a das Nýmphai (em grego, singular: νύμφη, “donzela”, e plural: νύμφαι, “donzelas”) espíritos femininos da natureza que dominam sobre os diversos elementos da própria natureza e lhes dão vida, vivem segundo o seu elemento de origem, como montanhas, rios, florestas, etc. adoram bordar, dançar e cantar. São criaturas eternamente jovens e formosas, embora possam morrer.
São descritas como companheiras de diversos Theói, como Ártemis, Apollôn, Dionýsos, Hermes e Pan, participavam de seus cortejos como servas, por serem divindades menores, possuíam dons proféticos e de cura, que usavam para ajudar aos homens. Eram constantemente perseguidas pelos luxuriosos Sátyroi e por outros Theói maiores, e com eles geravam inúmeros filhos, Theói ou Hemithéoi.
THEÓI
Zeus, king of the gods, with lighting & eagle | Greek vase, Athenian red figure amphora
A quarta classe é a dos Theói e Theái (em grego, masculino – singular: Θεός, “deus”, e plural: Θεόι, “deuses”; ou feminino – singular: Θεά, “deusa”, e plural: Θεάι, “deusas”), que atuavam sobre a natureza e a vida dos homens, e que podiam ser divididos nas seguintes classes:
  •   Theói Ouranioi (em grego, Θεόι Όυρανιοι, “deuses celestes”), deuses dos céus e do ar;
  •     Theói Halioi (em grego, Θεόι Ἁλιοι, “deuses marinhos”), deuses dos mares e da água;
  •     Theói Khthonioi (em grego, Θεόι Χθονιοι, “deuses subterrâneos”), deuses subterrâneos;
  •     Theói Georgikoi (em grego, Θεόι Γηοργικοι, “deuses agrícolas”), deuses agrícolas;
  •     Theói Nomioi (em grego, Θεόι Νομιοι, “deuses rústicos”), deuses rústicos;
  •     Theói Polikoi (em grego, Θεόι Πολικοι, “deuses cívicos”), deuses cívicos;
  •     Apotheothenai (em grego, Άποθεοθεναι, “elevação divina”), mortais divinizados;
  •     Astrothesiai (em grego, Άστροθεσιαι, “elevação celeste”), criaturas que foram elevadas entre as estrelas.
TITÂNES
Cronus receiving the Omphalos from Rhea | Greek vase, Athenian red figure pelike
A quinta classe é a dos Titânes e Titânides (em grego, Τιτάν, “tirano”; masculino: Τιτᾶνες, “tiranos”, e, feminino: Τιτᾶνιδες, “tiranas”) os doze primeiros deuses que governaram o universo, filhos de Ouranós e Gaia, governaram sobre a Era de Ouro dos homens. Eles são: Krónos, Hýperion, Okeanós, Iapetós, Koîos, Kreîos, Rheía, Theía, Tethýs, Thêmis, Phoibê e Mnemôsyne, seus descendentes também poderiam ser chamados de Titânes.
OLÝMPIOI
Apollo, god of music, with raven & lyre | Greek vase, Athenian red figure white-ground kylix
A sexta classe é a dos Olýmpioi (em grego, Όλυμπιοι, “do Monte Olýmpous”) os doze Theói que governam o universo, após a Grande Guerra dos Titânes, eram liderados por Zeus e Hera, filhos de Krónos e Rheía, que governam com justiça e sabedoria, eles são: Poseidên, Deméter, Haides, Héstia, Athena, Aphroditê, Ares, Hephaístos, Apollôn, Ártemis, Hermes e Dionýsos.
GIGÁNTES
Typhoeus or Typhon, the serpent-giant | Greek vase, Laconian black figure kylix
A sétima classe era a dos Gigántes (em grego Γιγάντες, “nascidos da terra”), criaturas gigantescas de aparência humana ou monstruosa, divinas ou semidivinas, que lutaram contra os deuses pelo céu e prejudicavam os homens na terra.
THÉRES
Sphinx seated on a plinth | Greek vase, Athenian red figure amphora
A oitava classe era a dos Théres (em grego Θέρες, “criaturas”) monstros terríveis, criaturas míticas e tribos fantásticas, de aparência humana ou monstruosa, divinas ou semidivinas, que eram, muitas vezes, usados pelos deuses para punir aos homens na terra.
HEMITHÉOI
Heracles & the Nemean Lion | Athenian red figure stamnos C5th B.C. | University of Pennsylvania Museum, Philadelphia
A nona classe era a dos Hemithéoi (em grego Ἑμιθεόι, “semideuses”), os grandes heróis e heroínas da Grécia que foram divinizados e adorados após a morte, por seus grandes feitos e seus serviços prestados em prol da humanidade.

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